Parte 4: Liberdade
A jovem princesa assustada subiu rapidamente a
escada que dava para o segundo andar do castelo de Sobbar, tentando não fazer
muito barulho enquanto atravessava o corredor, indo em direção ao quarto do irmão.
- Vossa Alteza? - Siro estava surpreso de ver
Moira se aproximar, pois sabia que ela havia sido presa.
- Senhor Siro, eu não tenho tempo para explicar,
mas vou precisar de sua ajuda. - olhou em volta - Onde estão os outros dois?
- Estamos revezando. Eles estão descansando no
alojamento para os soldados no momento.
- Não teremos tempo de ir atrás deles... –
suspirou com indignação - Por favor, acorde o príncipe e diga que precisamos
sair agora. Peça para ele vestir roupas adequadas para o frio. Enquanto isso -
apontou para o corredor – Eu vou trocar de roupa.
- Vocês estão fugindo? - a voz masculina e sedosa
vinha de trás da princesa e a pegou de surpresa.
A pergunta havia feito o coração de Moira pular
com o susto. Ela virou-se rapidamente, mas já havia o reconhecido antes de ver
o rosto dele.
- Dário... - estava desconfiada do filho do marquês,
não sabia como ele reagiria.
- Será que posso ajudá-los? - perguntou com um
sorriso enfeitando seu belo rosto.
- Eu ficaria muito grata por usa ajuda. - deu um
sorriso amarelo - Venha comigo.
Os dois seguiram pelo corredor até chegarem à
porta do quarto da princesa.
- Espere aqui fora e vigie para mim, por favor. -
tinha no rosto uma expressão quase suplicante quando fez o pedido.
- Sim Vossa Alteza. - arqueou rapidamente o
corpo.
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Dez minutos depois Moira já havia trocado seus
trajes por outros mais quentes e limpos e estava pronta para a fuga que planejava,
só precisava encontrar Maxwell e Siro e finalmente fugir daquele inferno.
- Vamos buscar eles e sair.
- E o que Vossa Alteza fará sobre os guardas que
ficam na porta do castelo? - perguntou Dário com seu tom de voz despreocupado
que quase sempre usava.
- Primeiro precisamos ver quantos homens estão
guardando os portões. - respondeu e dirigiu-se rapidamente para o caminho de
volta, não querendo perder mais tempo.
Quando Moira aproximou-se da porta do quarto de
seu irmão, ele e Siro já estavam do lado de fora esperando.
- Moira! - disse em uma mistura de alegria e preocupação.
- Não grite. Não podemos chamar a atenção de ninguém.
- tocou o ombro dele.
- Desculpe. Mas... - hesitou por um instante - Você
tem certeza de que quer fazer isso?
- Sim. - respondeu com convicção.
- É melhor irmos. - Dário se adiantou, liderando
o grupo pelo caminho até a saída.
Os quatro desceram a grande escadaria, passaram
pelo salão e chegaram até a antessala que precedia o cômodo em que os portões
se encontravam.
- O que aconteceu aqui? - perguntou Siro alarmado
ao ver alguns guardas do duque estirados no chão, todos mortos de maneira
violenta.
Tanto o príncipe quanto sua irmã ficaram assombrados
com a visão daqueles cinco infelizes homens sobre suas próprias poças de
sangue, já sem vida alguma. O sucessor do trono jamais havia visto tantos
mortos juntos.
- Parece que a saída está livre. - respondeu
Dário parecendo não estar muito surpreso com o que haviam encontrado - Melhor sairmos
antes que mais alguém apareça. - explicou e se adiantou até os portões que já
estavam abertos.
Ambos os filhos de Lucius pareceram, por alguns
instantes, congelados de medo em ver o fim que aqueles homens tiveram. Apesar
de estar assustada com a visão, Moira já imaginava o que havia acontecido, mas
preferiu não mencionar nada. Quando os dois estavam atravessando os portões
seguidos por Siro que cuidava da retaguarda, o príncipe finalmente fez a
pergunta que estava o deixando inquieto.
- Como você saiu daquela cela? - lançava um olhar
preocupado para sua irmã.
- Vamos falar sobre isso em outro momento.
Precisamos nos concentrar na fuga. - Moira estava muito nervosa, temendo que
algo desse errado e eles fossem pegos.
Estavam no jardim, seguindo os passos de Dário
que ia à frente para ter certeza de que não encontrariam ninguém. Quando já conseguiam
ver a estrada principal à distancia ele parou, obrigando os outros a fazerem o
mesmo.
- Se vamos embora daqui é melhor levarmos conosco
alguns cavalos... Pelo menos dois.
- Já estamos fugindo e ainda vamos ter de roubar?
- Moira era contra a ideia.
- Vamos demorar muito para chegar a qualquer
lugar se formos a pé. – Dário respondeu parecendo muito sério- E um dos cavalos
do celeiro é o meu.
- Ainda há as carruagens com as quais viemos. –
Siro se manifestou, tentando manter-se calmo diante da situação.
- Excelente! – a jovem princesa pareceu se
animar.
- Eu vou até lá para ver se o caminho está livre.
– disse Dário – Esperem aqui, por favor. Se estiver tudo bem mandarei um sinal.
– e correu para o celeiro antes que pudessem protestar, deixando-os escondidos perto
da esquina de uma das paredes externas do castelo.
- Se houverem guardas por lá o senhor Dário
correrá perigo! – Maxwell estava muito nervoso com a fuga, pois ele
dificilmente fazia algo de errado.
- Não podemos fazer nada agora. – respondeu
Moira, escondendo sua preocupação.
Os três esperaram em silencio por mais de dez
minutos. Siro vigiava a região em volta deles, esperando não encontrar ninguém,
pois raramente as pessoas dali saiam durante a noite.
- Ele está demorando muito! – o príncipe não
conseguia conter sua impaciência.
- Acalme-se Max.
Moira, que estava sentada ao lado passou delicadamente sua mão pela
cabeça do garoto, tentando acalmá-lo.
O vento gelado que soprava naquela hora estava os
deixando com muito frio. Ambos o príncipe e a princesa estavam recostados na
parede externa do castelo, encolhidos por causa da baixa temperatura. A
respiração deles criava uma fraca nuvem de vapor em frente a seus rostos.
- Estou vendo ele! – disse Siro, apontando para
além da parede do castelo – Está acenando para irmos até lá!
Maxwell foi o primeiro a se levantar e correr até
seu guarda, já Moira estava exausta, esforçou-se para levantar e caminhou até
os dois quase arrastando os pés. Siro conduziu os dois irmãos até Dário, que os
esperava na entrada do celeiro com o costumeiro sorriso nos lábios.
- Você encontrou a carruagem? – perguntava
Maxwell esperançoso.
- Sim Vossa Alteza. – apontou para o outro lado
do celeiro, à sua esquerda – E eu deixei já pronta do lado de fora. – sorriu.
- Oh. Obrigado! – agradeceu e rumou para o
transporte seguido de Siro.
Moira os seguiu bem mais devagar. Passou próxima
da porta entreaberta do celeiro e teve uma quase incontrolável vontade de dar
uma espiada, temendo que algo houvesse acontecido ali também. O cheiro ruim do
celeiro parecia se misturar com outro diferente que ela não era capaz de
identificar. Chegou perto da abertura e inclinou levemente o corpo para frente,
tentando ver algo na escuridão. Quando seus olhos começaram a se acostumar
àquela escuridão algo a interrompeu:
- Vossa Alteza.
A princesa estava tão concentrada que ao ouvir a
voz de Dário, sobressaltou e virou rapidamente em sua direção, com o coração
disparado.
- Acredito que precisamos nos apressar. –
continuou, estendendo o braço em direção ao caminho até a carruagem.
- O senhor
tem razão. – engoliu sua curiosidade em seco e dirigiu-se até o transporte.
Quando os dois alcançaram o coche, viram que à sua frente, com a guia que ligava os
quatro cavalos em mãos, estava Siro gesticulando para que entrassem rapidamente.
O jovem príncipe já estava dentro e também abanava pedindo para que fossem até
ele. Dário ajudou Moira a subir e em
seguida também entrou, dando o sinal para Siro iniciar a viagem e olhando
brevemente para fora antes de fechar a porta da carruagem.Os quatro seguiram viagem pela estrada noturna esperando que a fuga os levasse de volta para Sempterot e que os afastasse dos perigos que Moira julgava correr enquanto hospedados no castelo do duque.
Oh! Muito bom! ^^
ResponderExcluirFinalmente eles saíram desse castelo D:
Até eu fiquei curiosa pra saber o que tinha onde a Moira ficou olhando XDDDDD.
Parabéns e que venha o próximo capítulo ^^!
^^/
Mistério!!!! Será que tinha alguma coisa ali XD? Ou era só implicância?
ExcluirPróximo capitulo vem sim! Na terça! XD