terça-feira, 3 de julho de 2012

Capítulo 3 - Parte 1

Capitulo 3: A Casa do Duque

Parte 1: Casamento Arranjado

O castelo de Sobbar era a residência de uma longa linhagem de duques que estavam conectados a uma antiga ramificação da família real do reino de Montealto. A região ficava a dez horas de viagem de carruagem do reino de Sempterot . Por ter sua posição mais próxima do coração do continente, suas temperaturas eram mais agradáveis do que as do reino de Lucius. Sendo assim, a neve lá caia bem mais raramente. O que significava que Moira e Maxwell não precisariam levar roupas tão pesadas para sua estadia lá, quanto se houvessem ido para a fortaleza norte.

Ao chegarem ao castelo, após uma exaustiva viagem, eles foram recebidos por todos os moradores da construção. A Duquesa de Sobbar e seus sete filhos, entre eles o Duque Dominus Sobbar, que herdou o título após a morte de seu pai.

Após um breve descanso, Dominus convocou seus mais novos hospedes para conversarem na grande e luxuosa sala de estar do castelo.

- Veja só. Fazia anos que eu não via minha noiva! Você cresceu princesa Moira. – aproximou-se dela e curvou-se rapidamente, um sinal de respeito.

Moira virou o rosto para outro lado, ignorando-o.

- É um grande prazer conhece-lo, Duque Dominus. – disse Maxwell, tentando ignorar a vergonha que os atos de sua irmã estavam lhe dando.
- Vossa Alteza. – curvou-se novamente.

O duque era jovem, porém dez anos mais velho que sua noiva e quase da mesma altura que ela. Tinha os olhos e os cabelos muito escuros, assim como o cavanhaque que usava.

- O senhor já deve saber o porquê de estarmos aqui. – continuou o príncipe, com um tom de voz sério.
- Sim. – percebeu que um dos guardas que acompanhavam Max era muito peculiar – E aquele homem? É seu guarda? –cruzou os braços e olhou diretamente para o guarda - Certamente não deve ser de nenhum lugar próximo, para ter a pele daquela cor...
- Sim, aquele é o Valo, um dos meus guardas. Achamos que ele veio do oeste – coçou a cabeça e franziu a testa – Só que ele não fala, mas é um guarda muito habilidoso!
- Oeste...?- franziu a testa, parecendo não ter gostado da informação - O que tem de errado com o rosto dele, os olhos? – encarou Valo, irritado com sua presença.
- Isso eu também não sei explicar. Ninguém soube explicar até agora. – contorceu os lábios.
- Não gosto dele. Eu agradeceria se o deixasse fora do castelo. – o duque respondeu secamente.
- Ele é responsável pela proteção do príncipe Maxwell. Ele fica – finalmente Moira se pronunciou.
- Minha noiva – chegou ainda mais próximo dela – Eu sinto muito, mas nesta casa eu ditarei as regras. – tocou com as pontas dos dedos a face pálida da princesa.
- Não encoste suas mãos em mim! – afastou-se rudemente e fitou seus olhos, irritada.
- Moira! – exclamou o irmão, segurando sua mão – Senhor duque, perdoe minha irmã, ela deve estar muito exausta da viagem.
- Maxwell! Você é o futuro rei! Não se rebaixe! – argumentou Moira, apertando seus dedos em volta da mão do menino, o qual a pele tinha quase a mesma palidez que a dela.
- Que noiva malcriada me arranjaram. – comentou o duque, com um sorriso debochado no rosto, parecendo se divertir com as ações da princesa.
- É melhor eu leva-la para o quarto dela. – Max estava nervoso com a situação que Moira estava criando.
- Estejam aqui para o jantar.

Os dois passaram pelo Duque e subiram a escadaria que dava para o segundo andar murmurando entre eles algo que não pode ser ouvido pelos outros. Os guardas os seguiram, entretanto, Dominus se colocou na frente de Valo, impedindo-o de ir.

- Eu tinha dito que você não vai ficar dentro desta casa. Não gosto de pessoas do deserto. Muito menos alguém com estes olhos. – cruzou os braços e meneou a cabeça em direção à porta que dava para um corredor – Saia.

O forasteiro lançou seu já conhecido olhar frio e concentrado sobre os olhos do duque, que como todos os outros que já haviam passado por isso, ficou bastante incomodado.

- Saia! – insistiu, alterando o tom de sua voz grave, parecendo nervoso.

Valo o obedeceu, entretanto Dominus podia jurar que no momento em que ele se virou, olhou-o rapidamente pelo canto do olho e contorceu os lábios em um quase inexistente sorriso.

- - -

Já era noite e todos estavam à mesa para o jantar. A Duquesa e seus filhos, o príncipe e a princesa de Sempterot jantavam o banquete que havia sido preparado para eles. Maxwell tentava conversar politicamente com o Duque e sua mãe, embora sua irmã mais velha se recusasse a manter algum dialogo com os anfitriões.

- Princesa Moira, o que acha de marcarmos o casamento para esta primavera. Faz tempo que já deveria ter acontecido. – disse a duquesa, enquanto bebericava de sua taça de vinho.

A jovem não respondeu, parecia concentrada na comida. Estava simplesmente tentando ignorá-los e se esquecer de que estava naquele lugar. O lugar que a deixava irritada.

- Moira – sussurrou Max, cutucando o braço de sua irmã que estava segurando delicadamente o garfo sobre o prato.
- Minha noiva é tímida. – sorriu – Ela não conversa muito.
- Mas a sua noiva é muito bonita, Domi. – exclamou uma das irmãs do duque, que se parecia pouco com ele.
- Não estou bem. – Moira levantou-se de sua cadeira – Vou me retirar para o quarto. – saiu sem dar tempo para que alguém argumentasse.
- Desculpem minha irmã. A viagem não fez muito bem à ela. – baixou os olhos castanhos para a comida, impedindo que os demais pudessem ver o que o constrangimento poderia fazer com seu rosto.
- Não precisa se desculpar. Tenho certeza que logo ela estará bem e sob controle. – sorriu, embora as palavras do duque houvessem soado levemente hostis.

- - -

A princesa trancou-se no quarto, seu desapontamento e irritação não a deixavam descansar. Caminhava em círculos pelo quarto escuro, esperando que uma resposta, uma solução para o que estava passando, entrasse magicamente pela janela...

Finalmente cansou de andar sem chegar a lugar nenhum e resolveu parar, sentando-se na cadeira que ficava em frente à janela, pela qual a luz da lua cheia entrava através do vidro e proporcionava o pouco de iluminação que ali havia.

O rosto de Moira ficava ainda mais pálido sob a luz espectral da noite, seus olhos brilhavam como se fossem feitos de grandes e belas safiras.  Entretanto, olhar para as estrelas da noite, por mais belas que fossem, não lhe ajudariam em nada.

Suspirou e levantou-se da cadeira, seguindo até a janela e apoiando os cotovelos na beirada.

- Não vou aguentar ficar aqui por muito tempo... – sussurrou para si e debruçou-se sobre o parapeito da janela, comtemplando a paisagem próxima ao castelo e sentindo uma grande tristeza e insegurança dentro de si.

O local era cercado por gigantescas árvores de pinos, que haviam crescido bem perto umas das outras. O castelo ficava um pouco distante da cidade mais próxima, mas havia várias casinhas minúsculas em uma área aberta do local em que a grama rasa e arbustos desbotados predominavam. As singelas construções deveriam pertencer aos homens que trabalhavam nas terras do duque. A fumaça que faziam suas chaminés sumia facilmente no breu da noite, no entanto era possível se enxergar fracas iluminações vindas daquela direção.

Moira deitou a cabeça sobre os braços e olhou mais para a direita, percebendo que, em meio à grama e próximo ao inicio da floresta de pinos, havia mais uma iluminação laranjada. Uma fogueira de acampamento.Não era muito distante, então ela pôde ver a pessoa que havia acendido o fogo. O cabelo que brilhava em um dourado intenso, graças à luz artificial da fogueira, era inconfundível.

- Alan? O idiota realmente ficou do lado de fora... – suspira – O que ele acha que está fazendo? – fechou os olhos por alguns instantes, voltando a pensar em uma solução – Talvez... Eu deveria dar a ordem para Alan matar o duque. – esboçou um sorriso por alguns instantes, entretanto logo voltou atrás – Não. O assassinato dele enquanto estamos aqui, provavelmente afetaria meu irmão também...


Continua...

Natalie Bear

7 comentários:

  1. matar o duque?
    vc tá louca mulher?

    essa moira, esquentadiiinha pra caramba! O menina difícil xD

    coitado do max :T esse irmão mais novo é muitas vezes mais sensato que a irmã.

    ee interessante :) vamos ver no que vai dar essa visita C:

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    Respostas
    1. Sim, o Maxwell é muito mais sensato que ela XP.
      Vish... Boa coisa é que não deve dar!

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  2. Duque maldito! XDDDDDD...
    Tomara que ele se ferre LOL

    ^^/

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  3. Precisamos de uma bruxa nesta história!! Pra pelo menos envenenar o duque ou lançar uma maldição Sherekiana. XDDDDDD

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  4. Muito boa a historia!
    Gostei do Valo e do Max,mas ñ deve ser facil ter uma irmã que nem essa.

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